domingo, 30 de janeiro de 2011

TÃO DIFERENTES MAS TÃO IGUAIS

O diálogo inter-religioso está a tornar-se num tema fundamental para a compreensão recíproca entre os povos de todo o mundo, tornando-se a base para se poder falar de paz e de justiça.

Curiosamente, ofereceram-me recentemente um livro que fala deste fenómeno, no seu final fiquei plenamente convencido que esta é a única forma de se promover a paz no mundo. Deve ser feito um esforço por todos para se criarem as condições da não radicalização, de modo a que a partir o diálogo e da tolerância se fomente a paz entre as religiões.


Pois é, muitos de nós, estou a falar basicamente dos Cristãos, são aqueles que conheço melhor, não temos presente nem a importância nem a necessidade desta realidade, habitualmente não queremos saber das outras religiões para nada.


É interessantíssimo percebermos e entendermos a fé das outras religiões não Cristãs, de modo a que possamos também melhor entender a nossa.


Comecemos pelo hinduísmo, é uma das religiões mais antigas do mundo, remonta aos anos 2500/3000 a.C., é a principal religião da Índia, engloba as mais antigas crenças religiosas. A visão hindu da vida após a morte é a noção da reencarnação. A ideia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, em que as mortes e os renascimentos compõem o capítulo dessa religião. Toda a pessoa reencarna cada vez que morre. Contudo, se levar uma vida voltada para o bem, arrisca a poder libertar-se dessa cadeia cíclica.


Isto é espantoso à luz daquilo que acreditamos, não vos parece?


A alimentação vegetariana é um dos pontos essenciais da filosofia hindu. Isso porque é livre da impureza (morte / sangue), e como todo alimento deve ser antes oferecido aos deuses, não se poderia ofertar algo que fosse "sujo".


Distintamente de outras religiões, o hinduísmo não tem fundador, não tem credo fixo, nem organização de espécie alguma, têm no entanto culto a algumas figuras.
Agora o Islamismo é mais que uma religião, é também um projecto de organização da sociedade suportada nos textos sagrados do livro chamado “Corão”, que foi redigido ao longo de muitos anos, resultante de uma revelação que Maomé teve do arcanjo e que orientou e iluminou as suas pregações.


Este homem, Maomé, nasceu em Meca, na actual arábia saudita em 570 da era Cristã, portanto, meio milénio depois de Cristo. Pregou a existência de um só Deus, Alá, Omnisciente e Omnipotente. Os seus seguidores chamam-se Muçulmanos.


Alá é o Deus único e Maomé é o seu profeta maior e último. O islamismo propagou-se numa época em que a Arábia Saudita era politeísta, cultivava mais de 360 deuses.


Esta religião tem algumas curiosidades, é permitida a poligamia até 5 esposas legítimas, fomenta-se a guerra santa, contra os infiéis, semelhante às cruzadas. Hoje, a cultura islâmica ocupa aproximadamente 21% da superfície do planeta. Todo o muçulmano deve prestar testemunho publicamente que Alá é o único Deus e Maomé é seu profeta.


Fazer a oração ritual cinco vezes ao dia (ao nascer do Sol, ao meio-dia, no meio da tarde, ao pôr-do-sol e à noite), voltado para Meca e prostrado com a testa por terra.


Jejuar do nascer ao pôr-do-sol, durante o nono mês do calendário muçulmano, chamado Ramadão.


Fazer uma peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida, seja pessoalmente, se tiver recursos, ou por meio de procurador, se não tiver.


Relativamente ao Judaísmo, é uma religião que tem como protagonista não um indivíduo mas um povo, o povo hebraico, o povo eleito, escolhido por Deus para iluminar todas as gentes, a maior parte está nos Estados Unidos e no estado de Israel.


A história do Judaísmo começa com o chamamento de Abraão, que por volta de 1850 a.C. deixou a Síria para se estabelecer na terra de Canaã, actual Israel. Com a morte de Abraão, Jacob e os seus 12 filhos emigraram para o Egipto à procura de melhores condições de vida e de pastagens para os animais. Com o passar do tempo, foram tratados como escravos e obrigados a construir cidades e silos para armazenagem do cereal. Esta escravidão durou até 1300 ou 1200 a.C. quando, guiado por Moisés, o povo judeu conseguiu libertar-se e, passando através do Mar Vermelho, regressaram novamente a Canaã. A história deste povo ao longo do tempo é marcada por exílios.


Este povo continua à espera do messias, não acreditam, contrariamente àquilo em que nós acreditamos, que Jesus seja esse salvador.


O estudo da “Tora” é o principal dos deveres de um judeu. No livro da Lei estão contidas as 613 obrigações que todo o hebreu piedoso deve observar.


Uma observação curiosa, o Sábado é o dia semanal festivo dos judeus. Começa ao pôr-do-sol de Sexta-feira e vai até ao pôr-do-sol de Sábado. É um dia dedicado à oração e ao descanso, aquilo que nós fazemos normalmente ao domingo.


Era bom dedicarmo-nos também a um pequeno conhecimento, mesmo básico como o meu, para entendermos melhor todos aqueles que nos parecem diferentes.


Neste pequeno exemplo de três religiões, podemos facilmente perceber como são todos tão diferentes, mas todos igualmente com muita fé!



Vítor Carvalho

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